Wednesday, 14 February 2007

Stress? Qual Stress?!

Há coisas que não entendo. O que move um súbito ataque de nervos nas pessoas? Será que vale a pena perder as estribeiras quando sabemos de ante-mão qual o resultado final?

Caso verídico 1: Sábado à tarde, marginal de Cascais com chuva miudinha. No espelho do retrovisor surge um Porsche de mil novecentos e troca o passo a acelerar desenfreadamente na minha direcção. Nem foi necessário sinal de luzes, pois prontamente guinei o volante para a faixa direita. O que aconteceu depois foram uma serie de tentativas frustradas de ultrapassagem do Sr. do Porsche a outros condutores, que tal como eu, passeavam tranquilamente na tarde de Sábado pela Marginal. Era vê-lo ali para a esquerda e para a direita, a acelerar, a travar, a esbracejar...ahhh valente! Comentei para a minha esposa "isto ainda acaba mal". Segundos depois, o Sr. do Porsche, cansado por não poder levar ao limite toda a potencia dos seus cavalos, depara-se com uma saída da Marginal. Num último fôlego de virilidade, acelera a fundo, mas o piso molhado e o troca o passo traíram-no. Eis então que o Porsche não obedece e galga o passeio num voo arrepiante perante o olhar incrédulo dos que por ali passavam na altura. O Sr. do Porsche prontamente saiu do carro, cruzou os braços e não conseguiu evitar um olhar triste. Triste?! Triste figura isso sim. Caso para dizer, quem anda à chuva molha-se.

Caso verídico 2: Outro episódio de stress acumulado, mas este ainda mais arrepiante. Foi um espectáculo que tive a infelicidade de presenciar numa bela manhã, a caminho do escritório em Miraflores. Na descida para a última rotunda, vislumbro dois carros parados no meio da estrada e quatro braços no ar. Parecia um combate de "Vale Tudo" ali mesmo, em plena via pública num lindo dia de sol. Os moços tinham ambos viaturas possantes e desentenderam-se no trânsito. Nada que não estejamos habituados, mas confesso que nunca tinha visto alguém a chegar a vias de facto. E o que fazer perante esta situação? Parar e tentar separar os dois Pitbull? Confesso que não tive vontade. Nem eu nem os condutores que por ali passavam. Lembro-me de olhar pelo retrovisor e ver ainda aquele cenário macabro. Bela forma de começar o dia, pensei eu cá para os meus botões.

Juro que não entendo.